A reza repetida e a invocação dos santos.

  • A reza repetida e a invocação dos santos

    Para começar é bom lembrar que rezar e orar significa a mesma coisa. Inglês: To Pray: Rezar ou orar. Espanhol: Orar: Rezar ou orar. Grego: “προσεύχομαι – proséf̱chomai”: Orar ou rezar. Hebraico: “להתפלל”: Orar ou Rezar.

    Os cristãos são imitadores de Cristo, e podemos ver no evangelho o próprio Cristo rezar com o mesmo formato devocional visto entre os cristãos. Mt 26,44: “Deixando-os, afastou-se E OROU PELA TERCEIRA VEZ, REPETINDO AS MESMAS PALAVRAS”. Vemos nessa passagem que Jesus rezou repetindo as mesmas palavras mais de uma vez.

    O evangelho não vai contra orações repetidas, mas vai contra VÃS repetições (Mt 6,7). O termo grego usado nessa passagem para “vãs repetições” é “πολυλογια – polylogia – palavreado”. Se rezamos com um propósito não é em vão. Para quem crê nada que está na palavra de Deus é considerado vão. Por isso os cristãos rezam o Pai Nosso que está em Mt 6,9-13. No Sl 136 vemos que a reza repetida era um costume dos conterrâneos de Jesus.

    Sl 136,1-5:

    “Aleluia! Louvai o SENHOR, pois ele é bom: POIS ETERNO É SEU AMOR.

    Louvai o Deus dos deuses: POIS ETERNO É SEU AMOR.

    Louvai o Senhor dos senhores: POIS ETERNO É SEU AMOR.

    Só ele fez grandes maravilhas: POIS ETERNO É SEU AMOR.

    Criou os céus com sabedoria: POIS ETERNO É SEU AMOR”.

    Podemos ver que até o ÚLTIMO VERSÍCULO é repetida a mesma frase. Sl 136,26: “Louvai o Deus do céu: POIS ETERNO É SEU AMOR”. É o que nós chamamos de ladainha ou jaculatória.

    Sabendo-se que nada que vem de Deus pode ser vão, vemos no evangelho a oração Ave Maria. Lc 1,28: “O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA! O SENHOR ESTÁ CONTIGO’”. O termo grego usado nessa passagem é “χαιρε κεχαριτωμενη – chaire kecharitomeni – Ave cheia de graça”. O curioso é que a saudação é muito usada no velho testamento se referindo a Israel, pátria mãe dos hebreus (Sf 3,14-15; Jl 2,21; Zc 2,14 e Is 12,6). Vemos uma co-relação com Maria, ventre mãe do povo de Deus. Vemos a saudação de Isabel em Lc 1,42: “Com um grande grito, exclamou: BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE!”.

    Logo depois no cântico de Maria o evangelho profetiza que esse costume de invocar a mãe do Senhor perdurará até o fim o fim dos tempos. Lc 1,48: “Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora TODAS AS GERAÇÕES me chamarão bem-aventurada”. Uma grande prova de quanto a palavra de Deus é verdadeira é que até hoje, dois mil anos depois, esse costume se mantém.

    Na Bíblia NVI protestante inglês e português vemos no texto em inglês referente a essa passagem que a tradução usa o verbo “To Call – Chamar”, e está escrito: “Will call me – me chamarão” e esta tradução em inglês está fidedigna aos manuscritos antigos, diferente de algumas traduções adulteradas que trazem o termo “considerar” em vez de “chamar”. Lembrando que invocar é chamar.

    Obs: INVOCAR (Dicionário Michaelis): “(lat invocare), Chamar”.

    Vemos também na Bíblia o costume de invocar os santos do céu. Saul invoca o espírito de Samuel e este o exorta (1Sm 28,13-16), como também os navegadores citados em Ap 18,17 invocam os espíritos dos apóstolos e profetas em Ap 18,20.

    Ap 18,20: “E tu, Ó CÉU, alegra-te por causa dela, e também vós, SANTOS, APÓSTOLOS E PROFETAS, pois Deus julgou a vossa causa contra ela”. Ap 12,12: “Por isso, alegra-te, Ó CÉU, E TODOS OS QUE NELE HABITAIS. Mas ai da terra e do mar, porque o Diabo desceu para o meio de vós e está cheio de grande furor; pois sabe que lhe resta pouco tempo”. Todos os que habitam no céu são invocados. Se a palavra de Deus diz, é porque o céu escuta. Sendo nós um só corpo e tendo um só Deus, estejamos em comunhão com Cristo e com todos os santos, na terra e no céu.

    Amém

    Paulo Leitão De Gregorio

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“Não há doente mais incurável do que aquele que não reconhece a sua doença.
Santo Agostinho”

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