Por que é necessário batizar as crianças?

  • Sobre o pecado original, diz a Escritura que somos gerados na iniquidade dos nossos pais: (1) — “Eis que NASCI NA CULPA, minha mãe concebeu-me no pecado. (Salmo 50, 3)”

    Disse S. Agostinho: — “O primeiro homem recebeu um preceito de Deus com a condição de que se observasse viveria, se violasse morreria. Não crendo, fez o que o faria morrer. Desde então se sujeitou a morte, e sob as LEIS DO INFERNO nasce TODO HOMEM. (Sermão da Ressurreição, ano 397, Ontologia dos Santos Padres. Ed. Paulinas. SP 1979)”
    Logo, existe um primeiro pecado, anterior e original, que se transmite dos pais aos filhos até nossos dias. (1) |
  • Mas em que consiste esse pecado herdado até os dias atuais?
    Ora, o pecado existe em dois modos: — um: no ato ou hábito humano voluntário cometido pelo agente no livre arbítrio que lhe permite optar (2) entre o bem e o mal; — dois: no estado dos primeiros pais quando separados de Deus após decaírem, o qual nos é transmitido independente da nossa vontade, ato ou culpa. (2) |
  • O pecado original é a carência da Comunhão (3) com Deus, inclusive nas crianças, que nos retira do estado de santidade e justiça no qual fomos criados: (4) — “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamos a nós mesmos e a verdade não está em nós; (I Jo 1, 8)

    Ensina Santo Tomás: (5) — “quem nasce sofre a ignomínia da raça, causada pela culpa do progenitor. (Suma Q 81 art. 1º Livro IIa e IIIae)” (3) | (4) | (5) |
  • E prossegue: — “os homens nascidos de Adão podem ser considerados um só homem por terem a mesma natureza herdada do primeiro pai, e constituirem membros de um só Corpo. Por isso, o homicídio que a mão comete é imputado a todo corpo.” (Q 81 art. 1º Livro II a e IIIae DO SACRAMENTO DO BATISMO)

    As crianças trazem em si o pecado original, na condição de separadas de Deus, (6) e por consequência há nelas a corrupção da natureza, que gerará no futuro a capacidade do cometimento de atos contrários a vontade Divina ao tempo do arbítrio e da razão.
  • Nisso ensinou Santo Agostinho (7): — “as crianças são inocentes no que diz respeito aos pecados pessoais, MAS CULPADAS em razão do pecado original. Os pelagianos (8) querem que os que nascem continuem sob o domínio do diabo, para que as crianças não sejam levadas a Cristo e seu Reino após arrancadas do poder das trevas.

    Acusam a Igreja espalhada pelo mundo, onde todas as crianças recebem o Batismo no rito da insuflação, só para exteriorizar nelas o príncipe do mundo ao nascerem de Adão, e não renascerem em Cristo para serem transladadas ao Seu Reino; (Contra Iulianum Pelagianum II, XVIII, 33).” (7) | (8) |
  • E não só o pecado original, mas o próprio pecado de hábito já existe em potência (capacidade) no infante da mais tenra idade.
    Não em atos, vez não pode obrar reto, nem desordenado, mas no potencial de futuramente agir num e noutro modo.

    Por isso, CRISTO diz: - “DEIXAI VIR a mim as criancinhas, NÃO AS IMPEÇAIS. (Mt 19, 4)”
    Assim, não podemos negar-lhes o Batismo, posto que sem vontade receberam o pecado, sem vontade haverão de receber o Dom Divino da Graça para o progresso da fé.


“Tanto as Sagradas Escrituras como a Tradição e o Magistério atestam para nossa certeza de fé que em torno de Pedro, o Senhor nos congregou a sermos membros de seu Corpo Místico que é a Igreja. Podendo assim exclamarmos com convicção:
Esta é a única Igreja de Cristo que, no Símbolo, confessamos una, santa, católica e apostólica¨ (São Cipriano)”

Hoje é Terça-Feira, 19 de Março de 2024