• ALEGAÇÃO: "Na Idade Média os padres não permitiam que as pessoas comuns lessem a Bíblia; por isso a Bíblia era escrita em latim."

• REFUTAÇÃO:
  1. Em primeiro lugar, a "contestação fundamental" pode desfazer essa alegação num segundo: tudo o que a Igreja defende ou ordena está escrito em algum lugar oficial; numa encíclica, bula, catecismo, livro, documento ou mesmo num fragmento de papel com autoridade dada pela Igreja. Sendo assim, se a "Igreja proibia que as pessoas lessem a Bíblia", onde ela ordenou isso? Em que documento? Qual Papa deu essa ordem? Nada disso possui resposta, porque mentiras são improváveis.

• 2. Culpar a Igreja por possuir uma Bíblia escrita em Latim é como culpar os ingleses por terem Bíblias escritas em inglês. A Igreja Católica não tem a obrigação necessária de escrever suas Bíblias ou documentos nas línguas vulgares dos muitos povos, especialmente considerando que ela possui sua própria língua, o velho Latim.

• 3. Numa análise social, é provável que o povo na Idade Média em muitos lugares não tivesse o mínimo de instrução ou alfabetização. Ora, a obrigação de educar as pessoas repousa, dentre outras autoridades, nos governos civis; a Igreja não possuía e não possui o dever de ser a educadora exclusiva de ninguém (apesar de fazer isso como parte de sua missão evangelizadora), porque quem tem esse dever são os governantes civis etc. Posto isso, culpar a Igreja pelos analfabetos que não conseguiam ler a Bíblia é como afirmar que você, leitor, é culpado pelos analfabetos na África - mesmo que nunca tenha visto nenhum deles na vida.

• 4. Na Idade Média poucos tinham acesso à Bíblia assim como poucos tinham acesso à qualquer livro genericamente "grande". A razão disso é simples: na ausência de prensas e copiadoras gráficas, os livros naquela época eram todos copiados à mão (principalmente pelos famosos "monges copistas"), e dependendo da obra, o custo, o trabalho e o tempo exigido poderiam ser muito elevados. Ora, a Bíblia é um livro enorme, repleto de palavras; como era copiado à mão, não era esperado que cada casa tivesse uma Bíblia, como hoje. Por essas e outras razões era infinitamente mais prático que cada padre ou paróquia tivesse uma Bíblia recebida diretamente da Igreja por meio de seus eficientes monges copistas - porque dessa forma, os sacerdotes podiam informar e educar o povo da forma correta. Com isso, as pessoas podiam ouvir e ler a Bíblia mesmo quando não podiam tê-la.

• 5. Muitos estudiosos (e alguns pseudo-estudiosos e "reformadores"...) da Bíblia surgiram no dito "Renascimento", por uma série de motivos. Um deles foi a invenção da prensa por Gutenberg, que permitia que livros fossem copiados e impressos em larga escala, sem a necessidade do longo trabalho manual de séculos antes. Por isso, muitas pessoas tiveram acesso à Bíblia nessa época - e não porque "os segredos da Igreja haviam vazado".

• CONCLUSÃO:
  A Igreja Católica NUNCA proibiu ninguém de ler a Bíblia, muito menos na Idade Média; foram as circunstâncias que infelizmente "proibiram" as pessoas de ler a Bíblia ou qualquer outro livro grande e pesado.
  É muito fácil mentir e espalhar boatos contra a Igreja na nossa época, em que Bíblias podem ser facilmente impressas e encontradas em qualquer lugar.
  
  Via Juventude do Papa